quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O porquê pode ser uma boa questão

Desisti.
Não porque não goste de blogs, há muitos interessantes, mas o porquê se entra em algo é importante.
Deletei. Porque?
Talvez por  um certo excesso que experimentei ao conectar com a expansão da "privacidade"
Talvez pelo escancaramento de uma necessidade que por hora havia hibernado
Talvez porque esta necessidade não deva hibernar, mas tornar-se outra coisa.

Quando olhares alheios nos movimentam e são nossos espelhos (cristalizados)
Talvez seja hora de pensar que neste palco existencial e singular no qual estamos nos forjando, não estamos atuando senão a vida alheia,  desejos alheios?
Não há que se percorrer por entre imagens dadas, ainda que elas também façam parte do percurso.
Não há que nos reduzamos às metáforas, lindas, mas sempre referentes a algo ou reféns de algo.
Haveremos de convocar nossa capacidade de devir.
Sim, devir. Tornando nos conceitos engendrados com nossas guerrrilhas cotidianas.
Guerrilhas que se dão no corpo. Este que é atravessamento coletivo e singularidade.
Este mesmo corpo onde imagens e movimentos estereotipados habitam, mas também nossas potências criativas de convocar, entre aquelas, confecções singulares, despidas e a revelia do olhar do outro.

É preciso entender que algumas amarras persistirão conosco, ainda que modificada.
É ainda mais necessário rompê-las quando começam a nos convocar repetições e retrocessos, quando nos fazem produzir movimentos que estrangulam o corpo, o devir.
Talvez o ser, o sujeito, o devir se funde sempre na relação com o outro, este que traz consigo o sócius
Mas, para tornar-mo-nos autores de nossa própria história é preciso que superemos muitas das várias amarras que este outro(sócius) nos dá de presente ao nos fundar enquanto mais um entre os vários viventes.

Talvez, nesta trama em que o Outro nos enfia ao nos dar a capacidade de entrar no sócius, seja preciso irmos rompendo gradualmente alguns fios.
Não, não nos preocupemos, não romperemos a trama, não cairemos no vazio, ainda que este se apresente por alguns momentos, apenas colocaremos novos fios. Confeccionaremos, numa certa solidão, novos fios
A isto chamo liberdade. A isto chamo um filete cortante que abre a vida. A isto chamo autonomia.
A este chamo sujeito.

Comecemos,

Forte Abraço a Todos!!!!